Você que é fabricante de colchões, deve saber que existem portarias compulsórias sobre a fabricação desses produtos, não é?
Existe uma separação na família dos colchões a fim de melhorar a avaliação de cada tipo.
A primeira parte é dos “Colchões e Colchonetes de Espuma Flexível Poliuretano” que é regulamentada pela portaria nº 35 do Inmetro. Já os “Colchões de Mola” ficaram regulamentados pela portaria nº 75 do mesmo órgão.
Para cada segmento de colchões, existem especificações importantes que vão garantir a qualidade do produto.
Tenho certeza de que você quer desenvolver produtos que se destaquem no mercado e que sejam um diferencial entre tantos modelos existentes no Brasil, correto? Mas como fazer isso?
Antes de mais nada, é importantíssimo levar a sério uma certificação. Implantar um sistema de gestão que traga resultados para a empresa e, consequentemente, para o produto certificado.
A alta direção tem um papel extraordinário neste processo, pois se eles não “vestirem” a camisa da certificação, quem mais o fará? Mas quando a liderança se engaja para tomar as providencias necessárias para executar as atividades propostas e analisar os resultados obtidos, a melhoria contínua surge e o sistema de gestão “roda”.
Imagine uma engrenagem, em que todas as peças estão em seu lugar, executando seu papel da melhor forma possível, com certeza a engrenagem segue rodando perfeitamente. Porém, se alguma peça estraga ou cai algum parafuso, paralisa a engrenagem e interrompe todo o resto.
Ocorre o mesmo com um processo de certificação, onde as pessoas que estão envolvidas precisam se comprometer com a qualidade. Precisam pensar adiante, pensar na satisfação do cliente e o que é preciso ser feito para que o cliente fique satisfeito.
Iniciar a estratégia a partir do pensamento do cliente é um ótimo começo.
Você também precisa estar atento a matéria-prima utilizada nos colchões (espuma, tecido, molejo, isolante etc.), pois ela dirá muito sobre sua empresa: a qualidade do produto começa na escolha dos insumos. E sua fábrica pode perder dinheiro se não tem um controle de qualidade de todos os insumos utilizados.
Talvez você se pergunte, o porquê de tudo isso, porque tantas exigências. E eu respondo: o homem, ao atingir a idade de 60 anos terá passado 20 anos de sua vida deitado em um colchão, ou seja, toda pessoa passa, aproximadamente, 1/3 de sua vida deitada (cerca de 8 horas de sono por dia).
Várias pesquisas realizadas apontam que 90% dos problemas de dores de cabeça, torcicolos, dores na nuca, dores lombares e musculares, são decorrentes de noites mal dormidas em colchões inadequados.
Diante disso, é possível afirmar que tudo começa na fabricação do colchão. Percebe agora a importância e o impacto que seu produto pode causar nas pessoas?
*Por Camila Xavier Ferreira da Silveira, da CS Consultoria, especialista em certificação de colchões e conselheira editorial do Anuário de Colchões Brasil