Compra de colchão tira o sono de moradores em Campo Grande

28 de Setembro de 2023 09h00

A compra de colchões magnéticos tirou o sono de muitos moradores de Campo Grande. Segundo os relatos, alguns produtos não foram entregues e outros apresentaram defeitos antes mesmo do fim do prazo de garantia. O caso foi parar na Justiça.

 

À reportagem do Primeira Página, um dos clientes que não quis se identificar, contou que comprou um colchão da Relax Life Colchões no início de maio para receber no fim daquele mês. Após várias tratativas, o prazo foi estendido para 7 de julho, o que também não ocorreu.

 

Para a surpresa do cliente, no dia seguinte a loja anunciou o fechamento das portas e a tentativa de compra do colchão terapêutico só serviu para dar dor de cabeça.

 

Ele teve de entrar em contato com as operadoras de cartão de crédito para solicitar o cancelamento da compra. Em um dos cartões o estorno foi realizado com sucesso, mas outra ainda faz análise da situação e enquanto isso desconta o valor das parcelas.

 

“Com a empresa fechada vai ser mais difícil pedir cancelamento daqui para frente”, lamenta o cliente com a certeza de que ele não é o único afetado.

 

Caso não é isolado

 

No site Reclame Aqui, a lista de queixas contra a empresa apresenta relatos semelhantes. As duas últimas, registradas há 8 e 6 dias, respectivamente, falam sobre defeito de fábrica e produto não entregue. Nenhuma foi atendida.

 

Ao todo, são 23 reclamações contra a empresa no site. Deste total, apenas cinco foram resolvidas. As outras não receberam resposta.

 

O Primeira Página entrou em contato com a assessoria de imprensa do Procon/MS para saber se havia registros contra a empresa junto ao órgão. Em nota, eles responderam que há 14 reclamações entre os meses de julho de 2022 e julho de 2023, sendo relacionadas às unidades localizadas nos bairros Vila Planalto e Vilas Boas.

 

Ainda segundo a nota, as queixas estão associadas ao não cumprimento do prazo de entrega de colchões, assim como a falta de assistência por defeitos de fabricação identificados no produto.

 

“Somente dois consumidores conseguiram solução para suas demandas, depois de registrar a queixa e antes das audiências de conciliação. Os demais relatam não conseguir contato com a equipe de vendas e assistência. Uma consumidora anexou em sua reclamação comunicado de encerramento das atividades da loja na Vila Planalto e na audiência de conciliação, diante da ausência de representante da empresa, foi orientada a buscar o Poder Judiciário”, informaram.

 

Caso na Justiça

 

Uma consulta ao site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul indica a existência de ao menos nove processos contra a empresa. A maioria deles relacionado a “obrigação de fazer”.

 

A reportagem entrou em contato com o advogado da empresa, Edvaldo Valério. Ele confirmou o encerramento das atividades da empresa para a qual advoga, mas respondeu que não haverá prejuízos para os clientes.

 

Segundo ele, os pagamentos recebidos via Pix já foram devolvidos e os clientes que pagaram via cartão de crédito foram orientados a entrar em contato com as operadoras, “tendo em vista que a empresa não conseguiu cancelar as operações em razão da paralisação de suas atividades”.

 

O advogado informou ainda que os clientes que insistirem pela entrega receberão o produto, mas em um prazo maior.

 

“Posso lhe informar que os casos que chegaram ao meu conhecimento (após o fechamento da empresa) foram solucionados. Quanto aos processos citados, muito provavelmente são por defeito no produto onde a responsabilidade é nossa em conjunto com a indústria. Não estamos nos eximindo de qualquer responsabilidade, apenas tecendo que nestes casos o problema não foi por culpa nossa, mas sim de terceiros”, disse.

 

Fonte e imagem ilustrativa: www.primeirapagina.com.br