Petição para evitar antidumping de fio têxtil tem 500 assinaturas

30 de Junho de 2023 14h50

Uma petição pública coordenada pela Abicol no setor colchoeiro, busca apoio dos empresários do setor para evitar a aplicação de uma medida antidumping para importação de fios de poliéster, principal insumo da indústria têxtil. Obviamente o setor colchoeiro tem interesse considerando o consumo de tecidos para revestimento de colchões e travesseiros.

 

Até o momento a petição, que você encontra aqui para assinar, se ainda não o fez (https://www.peticao.online/stats.php?id=327730), tem cerca de 500 assinaturas, um número considerado relevante pela Abicol, mas deve crescer ainda mais nos próximos dias.

 

Medidas antidumping costumam durar cinco anos. Se a suspensão for prorrogada por mais um ano, que é o objetivo da Abicol, a medida passará a valer a partir do 3º ano somente a partir de 2024.

 

Rememorando a medida

 

A câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia aprovou no dia 18 de agosto de 2022, a aplicação de uma medida antidumping para fios de poliéster, commodity que é o principal insumo da indústria têxtil. No entanto, apesar de reconhecer a prática de dumping nos filamentos sintéticos texturizados de poliésteres originários da Índia e da China, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Camex aprovou a suspensão imediata da aplicação da tarifa antidumping pelo prazo de um ano, prorrogável uma única vez por mais um ano, por razões de interesse público.

 

A medida, obviamente, agradou fabricantes de tecidos sintéticos que importam o produto e que argumentaram ao longo do processo de investigação do dumping que a taxação poderia levar a um aumento dos custos de roupas, colchões e demais produtos que usam tecidos sintéticos.

 

Na época, Rogério Coelho, então presidente da Abicol, entidade que representa fabricantes de colchões, que importam o fio de poliéster para fabricar o tecido que reveste o colchão, afirmou que “a suspensão por um ano é um grande alívio, neste momento em que a inflação está em alta e vai beneficiar todo o setor”. 

 

O setor estima que se fosse aplicado o antidumping, o impacto no preço final para o consumidor poderia ser da ordem de 20%.  

 

Em um parecer técnico apresentado em junho de 2022, foi sugerida uma sobretaxa de 5% para a importação da China e de 8% da Índia, segundo fontes do setor. 

 

A Abrafas representa quatro indústrias no Brasil — a mexicana PQS (Petroquímica Suape), a americana Unifi, a espanhola Antex (com sede em Curitiba), e a brasileira Dini Têxtil, do interior de São Paulo. Juntas, atendem 25% da demanda nacional pelo fio de poliéster. “Temos capacidade ociosa e com investimentos não expressivos ela pode ser ampliada. Não queremos impedir ninguém de importar, mas que não importem com um preço desleal” afirmou o diretor executivo da Abrafas, José Eduardo Cintra de Oliveira, também ouvido na época em que a Camex suspendeu por um ano a aplicação da tarifa antidumping.

 

Agora, a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, tornou público o pedido de reaplicação do direito antidumping com a exigibilidade suspensa por razões de interesse público, nos termos da Resolução GECEX nº 385, de 2022. E abriu prazo de trinta dias, a contar da publicação da Circular (30 de maio), para o recebimento de manifestações sobre o pedido em questão nos autos dos processos mencionados.

 

leia: Antidumping para fios poliéster volta à pauta de discussão

 

Após obter a prorrogação, em agosto de 2022, a Abicol divulgou esta nota:

 

Os impactos negativos de medida antidumping sobre as importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, originárias de China e Índia, foram neutralizados por um ano. ABICOL COMEMORA SUSPENSÃO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA ANTIDUMPING O resultado da manifestação, de imediato favorável, está confirmado pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas vamos seguir acompanhando para que a medida não entre em vigor após uma ano, como publicado na decisão. Aproveitando o ensejo, a Associação Brasileira da Indústria de Colchões – ABICOL, vem a público agradecer ao deputado Federal Carlos Chiodini, pelo empenho no movimento em defesa setor colchoeiro no que tange às importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, originárias de China e Índia. Nossos mais sinceros agradecimentos pelo apoio na defesa da indústria brasileira. 

 

ABICOL - Associação Brasileira da Indústria de Colchões