SECEX abre investigação de dumping na importação de TNT

postado em 31 de Outubro de 2025 09h28

A decisão abrange China, Egito e Israel e impacta diretamente a cadeia de suprimentos de setores como o moveleiro e o colchoeiro no Brasil.

A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) publicou hoje, 28 de outubro, a Circular nº 86, anunciando a abertura de uma investigação por prática de dumping contra a importação de falsos tecidos (tecidos não tecidos).

A medida, publicada no Diário Oficial da União (DOU) e assinada em 24/10/2025, foi iniciada após a apresentação de elementos que indicam que os produtos de China, Egito e Israel estão sendo exportados para o Brasil a preços inferiores aos praticados em seus mercados de origem, causando prejuízo à indústria doméstica.

O Que Está em Jogo: O Escopo da Investigação

A investigação da SECEX foca em um produto fundamental para diversas indústrias, incluindo a de móveis e colchões:

Produto Investigado: TNT (tecidos não tecidos), mesmo que revestidos, recobertos ou estratificados.

Faixa de Peso: De 7g/m² a 150g/m², utilizados tanto para transformação industrial subsequente quanto para consumo final.

Países Alvo: China, Egito e Israel.

Impacto na Cadeia do Colchão

A ABICOL (Associação Brasileira da Indústria de Colchões) já se manifestou e confirmou que se habilitará como parte interessada, uma vez que os tecidos não tecidos são componentes relevantes na cadeia produtiva do setor colchoeiro. Caso o dumping seja comprovado, a aplicação de uma sobretaxa pode reequilibrar a concorrência e proteger a produção nacional.

Como Participar do Processo

Empresas e entidades que se considerem partes interessadas — incluindo produtores nacionais, exportadores dos países investigados e importadores brasileiros — têm um prazo de 20 dias, a partir da publicação da circular no DOU, para se habilitarem e participarem do processo.

As partes habilitadas poderão apresentar manifestações, provas e responder aos questionários oficiais do Departamento de Defesa Comercial (DECOM), influenciando diretamente o resultado final desta importante medida de defesa comercial brasileira.